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Obrigado pela leitura, sempre!
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Por Léo Marques
Filho de árabe com loira – como ele mesmo diz –, José Simão, ou Macaco Simão para a maioria dos brasileiros, está entre os colunistas mais lidos do País. Conhecido pelas suas críticas bem humoradas, ele conquistou o respeito de todos de quem costuma falar. São mais de 20 anos como colunista da Folha de São Paulo, oito no site UOL e três na BandNews FM.
Morador do Jardim Paulista há mais de 10 anos, ele gosta de falar do que os brasileiros já sabem. “Eu só falo sobre o que saiu na mídia. Não investigo, não vou atrás de ninguém. O Brasil inteiro sabe o que estou falando. Brasileiro é assim, se não saiu na televisão, não aconteceu. E se não saí na Tv as pessoas não sabem do que você está falando. E eu não gosto de explicar o que eu estou falando. Eu gosto de falar o que todo mundo já sabe”. Com a palavra, Macaco Simão.
Léo Marques - Vamos começar com uma pergunta bem simples, só para descontrair. Por que Macaco Simão?
José Simão - Na escola já me chamavam de Macaco Simão. É personagem de literatura infantil. Quando comecei a escrever na Folha, esculhambava tanto – afinal eu sou o esculhambador geral da republica – parecia macaco em loja de louça, uma gandaia. Então resolvi usar esse apelido, porque todo mundo gosta de macaco, está no subconsciente infantil de cada um. O macaco tudo pode, o macaco tem licença poética, todo mundo perdoa o macaco. Eu poderia ter caído no ridículo com esse apelido, mas como o artista não pode ter medo do ridículo, arrisquei. E fez sucesso! Como eu sempre digo: sou filho de árabe com loira e deu macaco na cabeça. E eu sou pop. Nada acadêmico. Acadêmicos por acadêmicos, prefiro os Acadêmicos do Salgueiro.
LM - E o que é ser Macaco Simão?
JS - É ser bem macaco mesmo. Primeiro eu gosto mais de ficar acordado do que de dormir. Eu já acordo
LM - Conta um pouco como começou a escrever a coluna da Folha de São Paulo?
JS - Meio por acaso. Precisava de dinheiro e gostava de escrever. Na verdade, gosto mais de falar que escrever, tanto que minha coluna parece falada, introduzi o oral na escrita. Então fiz um teste pra Folha. Apesar de serem todos amigos meus, o teste foi dificílimo, parecia que estava entrando na Academia Brasileira de Letras. Aí comecei a trabalhar num suplemento da Folha com o Zeca Camargo e a Lilian Pacce.
LM - Você está na Folha desde 87 – no início você já tinha a liberdade em escrever como hoje? Se não, como foi se dando essa conquista?
JS - Só trabalho com liberdade total! Tanto na Folha, na UOL, na Bandnews FM. E confiam em mim porque sou super responsável. Não sou porra louca, sou louco lúcido.
LM - Algumas pessoas que você brinca na sua coluna já vieram tomar satisfação com você ou elas sempre levam na esportiva?
JS - Sou um colunista que em vez de levar tapas, levo beijos! Quem falou isso foi Marilia Gabriela. Estava indo gravar o programa da Gabi com a Feiticeira, que na época eu chamava de Peiticeira, Froticeira (porque ela tava mais malhada que o Frota) e chegando no estúdio nos cumprimentamos, rimos e ela me encheu de beijos. E a Gabi: mas em vez de tapas, ela te dá beijos! É que posso ser até cruel, demolidor, mas jamais baixo astral. Jamais rancoroso. Prefiro o humor que o rancor. Por isso as pessoas levam na esportiva. Às vezes por falta de opção. (risos) Ou como diz um amigo meu: você é o malvado mais bonzinho da imprensa. Ou como disse um dia na Bandnews aquele general de fronteira: eu não tenho medo de terrorista, tenho medo é do Zé Simão.
LM - Você aborda três temas que mais deliciam os brasileiros: sexo, política e futebol. Dentre esses, qual esta mais em ascensão?
JS - Depende do que ta rolando no momento. Se for política com sexo melhor ainda! Brasileiro gosta de babado, escândalo. E eu também! Escândalo no Brasil não dura mais que sete dias. Logo vem outro! Eu sempre digo que o trio elétrico do brasileiro é real, bunda e bola. São assuntos prediletos em qualquer padaria do país. Padaria é um fórum de debates. A TV sempre ligada, aí entra um e comenta a noticia do dia, o outro rebate e logo vira um debate. Por isso que criei o meu próprio instituto de pesquisa, o Datapadaria. E brasileiro adora fazer humor com sexo. Sempre foi assim, desde a Dercy, Trapalhões, Casseta (&Planeta), a Praça é Nossa. Basta reunir quatro pessoas que lá vem esculhambação. Tudo no Brasil tem duplo sentido.
LM - Por que o Brasil é o país da piada pronta? Tem algum outro que seja mais piada ainda do que o nosso?
JS - Não tem. Você é cheio de escândalo político no Brasil. Escândalo político no Canadá, por exemplo, é uma financeira que passa um golpe pela web em outra financeira. No Brasil não. No escândalo político, como o do Renan Calheiros, tem amante, tem boi. É meio chanchada. E tudo é meio piada pronta. Por exemplo, no auge do escândalo por causa da amante ele (Renan) tava tentando passar um projeto de fidelidade partidária. Mas num país como esse o humorista tem que trabalhar muito mais porque ele tem que ser mais engraçado do que o fato, do que a piada que já está pronta.
LM - Os comentários políticos sempre rendem boas risadas. Por quê?
JS - Comentários políticos rendem boas risadas porque é a vingança, a desforra das pessoas. É aquele meu bordão: nóis sofre, mas nóis goza!
LM - O que te deixa à vontade para esculhambar, brincar, criticar os outros?
JS - Tem uma frase de Oswald de Andrade que diz: “só pode esculhambar os outros quem se esculhamba”. E eu sou assim. Por isso que eu me sinto a vontade e intimidade pra esculhambar os outros!
LM - Você já conheceu muitas personalidades, tanto políticas, quanto da classe artística. Qual delas te marcou mais?
JS - Nem tantas quanto as pessoas acham, mas a personalidade mais marcante para mim é Hebe Camargo, porque quando encontra com a gente é muita energia. A Marília Gabriela é uma pessoa que eu adoro. Quando a gente se encontra sei que é um papo inteligente, engraçado. Mas eu admiro muitas pessoas como amigas. Não sou muito de “celebrits”.
LM - Você já morou em Londres, viajou por vários países, ou seja, conhece muitas culturas. O que mais te marcou nessas viagens? Alguma curiosidade que valha a pena ser citado?
JS - O Lugar que eu mais me sinto à vontade é Paris. Se eu quero andar eu ando, eu me sinto bem. Mas o que mais me impressionou foi o Cambodja. O povo é pobre, mas é fofo, tem cultura. Nessa viagem eu encontrei uma menina que vendia cartões-postas, o que seria menina de rua aqui no Brasil. Ela me perguntou de onde eu era. Quando disse que era do Brasil ela imediatamente disse: capital Brasília. Falei: vou levar ela para o Brasil porque acho que nem o Presidente sabe.
LM - Você tem uma coluna na Folha, tem o Monkey News na web tv da UOL, o programa Ondas Latinas e religiosamente está de segunda a sexta na Band News FM. Ou seja, praticamente todos os meios de comunicação, menos a TV. Já pensou em ter um programa televisivo ou fazer parte de um?
JS - Eu não gosto. Acho estressante, chato. Tem que ir até a emissora, tem o Ibope, tem ego. Eu prefiro não fazer nada com Tv.
* Matéria publicada na revista Jardins - Life Style (São Paulo)
Por Léo Marques
Logo na entrada do cinema, uma frase no cartaz do filme anuncia a atmosfera da história: “O O.C gay”. A famosa série americana citada no cartaz se passa na Califórnia, e conta a história de um rapaz pobre que se vê, num acaso do destino, vivendo e morando entre os ricos. Porém, mais do que uma história de belos surfistas californianos, “De repente, Califórnia” (Shelter, em inglês) fala de descobertas, de transpor barreiras e preconceitos. Tudo isso num drama leve e romântico. Sua estreia no Brasil aproveitou o bom momento da Parada Gay para lotar suas sessões.
Zach (Trevor Wright), o protagonista da trama, é um cozinheiro frustrado de uma lanchonete e sonha em entrar para a escola de artes. Vivendo uma relação conturbada com a ex-namorada, ele abre mão do sonho artístico para cuidar da irmã mais velha, do pai e do sobrinho. Essa submissão aos desejos da irmã, que não tem a mínima responsabilidade para com o próprio filho, acaba levando-o a ocupar o lugar de pai na vida do garoto.
A sua rotina começa a mudar quando reencontra Shaun (Brad Rowe), o irmão mais velho do seu melhor amigo, que voltou para a antiga casa a fim de recuperar a inspiração para escrever um livro.
O que era uma amizade acaba se transformando em atração e os dois dão início a uma relação que para Zach é difícil de compreender. Assumido e diante dos problemas que envolviam Zach, Shaun resolve pressiona-lo para que assuma o controle da própria vida.
É nessa miscelânea de conflitos que vive o protagonista de “De repente, Califórnia”. Apesar dos diálogos pouco aprofundados e de cenas clichês da costa do Pacífico, o filme é embalado por uma trilha sonora de tirar o fôlego e arrancar suspiros dos solteiros e carentes, sejam heterossexuais ou gays.
Disponível apenas em dois cinemas de São Paulo, no Unibanco Arteplex do Shopping Frei Caneca e no Espaço Unibanco da Augusta, esse delicioso longa é em suma uma história de família. O filme já ganhou diversos prêmios, entre eles o de melhor ator e de melhor novo diretor (Jonah Markowitz) em mais de dez festivais.
Por Léo Marques
Por Léo Marques
O brasileiro, pelo menos é o que dizem as más línguas, é apaixonado por três coisas: futebol, mulher e cerveja. As propagandas da bebida não cansam de explorar o tripé. Quando bate aquele calor, é a ela que muitas vezes recorremos. Nos casamentos, aniversários, batizados, Natal, Ano Novo, show ou nos finais de semana num barzinho. Ela está em todas as comemorações ou numa simples roda de amigos. Mas de que é feita mesmo a cerveja?
A composição básica possui três elementos: o malte, o lúpulo e a levedura. Esse composto é conhecido por Lei da Pureza Alemã que existe na Alemanha desde 1516, criada pelo Duque Guilherme 4º, na Bavária. Ela proíbe a utilização de qualquer ingrediente que não esteja entre os três citados acima e a água.
Mas no Brasil, além dessas matérias-primas, as grandes cervejarias utilizam milho e arroz na composição da bebida. Isso é um dos artifícios usados para baratear o custo. Esses fabricantes ainda usam conservantes ou estabilizadores de espuma. Dessa forma, o preço de cada cerveja sai das fábricas por R$ 0,60 a garrafa. Até chegar a nós, consumidores, há alguns acréscimos tarifários ao longo do caminho.
Segundo o Sindicato Nacional das Indústrias de Cerveja, o País possui a quinta maior produção do mundo, com 8,5 bilhões de litros/ano, perdendo apenas para a China (27 bilhões de litros/ano), Estados Unidos (23,6 bilhões de litros/ano), Alemanha (10,5 bilhões de litros/ano) e Rússia (9 bilhões de litros/ano).
Apesar dessa produção e consumo elevados, chegando a 47,6 litros/ano por habitante, o brasileiro conhece pouco sobre a cerveja.
Infelizmente a fabricação do Brasil não está entre as melhores do mundo. Três nações dividem esse posto: a Alemanha, a Bélgica e a Inglaterra. “Todas elas são bem diferentes umas das outras, e todas são maravilhosas”, diz o cervejólogo Edu Passarelli. Por ser a cerveja alemã a mais conhecida do País e eles serem grandes consumidores de lagers (família do estilo pilsen), o brasileiro tende a achá-la melhor. “Mas conhecendo um pouco mais das outras duas, veremos que todas possuem grandes produtos”, complementa.
Edu, que é formado em gastronomia pela UniFMU (Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas), em São Paulo, e especialista em Gestão de Negócios de Serviços de Alimentação pelo SENAC desvenda ainda um outro questionamento recorrente entre os apreciadores da “gelada”: a diferença entre o chopp e a cerveja. “O chopp nada mais é do que uma cerveja que não foi pasteurizada, ou seja, engarrafada. Está é uma denominação que praticamente só é utilizada no Brasil. Podemos ter “chopp” de diversos estilos de cerveja, mas o mais comum vem do estilo pilsen”.
As diferenças na bebida não param por aí. Apesar do tipo mais conhecido ser a dourada, a cerveja escura também é bastante consumida no Brasil. Inicialmente, a variação de cor ocorria devido à torrefação dos maltes utilizados na fórmula. Hoje, as grandes cervejarias costumam utilizar caramelo de milho para escurecer. Isso acaba adocicando as cervejas escuras. Mas as variações na tonalidade da bebida não se restringem a esses dois estilos. Existem ainda as vermelhas, marrons e amarelas.
Mas a gelada precisa ser tão fria assim? Edu Passarelli acha que não. Para ele, a temperatura ideal depende muito do estilo da cerveja. “O frio inibe a nossa percepção de aromas e sabores, por isso é melhor optar por uma temperatura que varia entre 2°C a 5°C”. Uma pilsen de boa qualidade deve ser consumida entre 2°C e 4˚C. Já uma belgian ale, por exemplo, pode chegar a 10˚C.
Apesar da baixa qualidade na produção das cervejas mais consumidas nacionalmente, o Brasil possui boas microcervejarias que aplicam a Lei de Pureza. Muitas delas estão localizadas no sul do país, numa região apelidada de Vale das Cervejas Artesanais, em Santa Catarina. O aumento da importação da bebida também faz com que o consumidor tenha a oportunidade de provar o verdadeiro sabor dessa que é a paixão dos brasileiros: a cerveja.