sábado, 13 de junho de 2009

Fora das ondas


Mais do que um filme de surfistas que se vêem numa relação gay, “De repente, Califórnia” fala do controle da própria vida


Por Léo Marques
Logo na entrada do cinema, uma frase no cartaz do filme anuncia a atmosfera da história: “O O.C gay”. A famosa série americana citada no cartaz se passa na Califórnia, e conta a história de um rapaz pobre que se vê, num acaso do destino, vivendo e morando entre os ricos. Porém, mais do que uma história de belos surfistas californianos, “De repente, Califórnia” (Shelter, em inglês) fala de descobertas, de transpor barreiras e preconceitos. Tudo isso num drama leve e romântico. Sua estreia no Brasil aproveitou o bom momento da Parada Gay para lotar suas sessões.

Zach (Trevor Wright), o protagonista da trama, é um cozinheiro frustrado de uma lanchonete e sonha em entrar para a escola de artes. Vivendo uma relação conturbada com a ex-namorada, ele abre mão do sonho artístico para cuidar da irmã mais velha, do pai e do sobrinho. Essa submissão aos desejos da irmã, que não tem a mínima responsabilidade para com o próprio filho, acaba levando-o a ocupar o lugar de pai na vida do garoto.

A sua rotina começa a mudar quando reencontra Shaun (Brad Rowe), o irmão mais velho do seu melhor amigo, que voltou para a antiga casa a fim de recuperar a inspiração para escrever um livro.

O que era uma amizade acaba se transformando em atração e os dois dão início a uma relação que para Zach é difícil de compreender. Assumido e diante dos problemas que envolviam Zach, Shaun resolve pressiona-lo para que assuma o controle da própria vida.

É nessa miscelânea de conflitos que vive o protagonista de “De repente, Califórnia”. Apesar dos diálogos pouco aprofundados e de cenas clichês da costa do Pacífico, o filme é embalado por uma trilha sonora de tirar o fôlego e arrancar suspiros dos solteiros e carentes, sejam heterossexuais ou gays.

Disponível apenas em dois cinemas de São Paulo, no Unibanco Arteplex do Shopping Frei Caneca e no Espaço Unibanco da Augusta, esse delicioso longa é em suma uma história de família. O filme já ganhou diversos prêmios, entre eles o de melhor ator e de melhor novo diretor (Jonah Markowitz) em mais de dez festivais.

4 comentários:

Basilio disse...

Esta [estava] sendo exibido em apenas duas salas. Depois reclamam quando fazemos cópias piratas. Enquanto isto, vejo o roteiro de cinemas e apenas um filme xarope ocupa dezenas e dezenas de salas. Porra, será que não dava para distribuir melhor estes espaços?

batsilio.blogspot.com

LOGAN disse...

olá... adorei seus blogs, vou add nos meus!!!

adorei suas críticas... li várias delas!

abraços!

Leomarques Alexandre disse...

oi léo marques cara seu nome e identico ao meu parabens pelo trabalho adorei,ABRAÇOs!

Unknown disse...

Tá na LISTA de coisas pra assistir. rs
me falaram isso mesmo, dos clichês da "falta de profundidade", mas dá pra ser bom sem ser necessariamente assim também né?