sábado, 20 de outubro de 2007

O Interior é aqui



Por Léo Marques

O que vou falar não é novidade para muita gente, mas vai embasar o que vem depois. Salvador é a terceira maior capital do país, a maior do Nordeste. Cidade turística, ela é o segundo maior destino para o turismo de lazer. Suas belas praias, arquitetura antiga e cultura forte atraem gente do mundo todo. Apesar de tudo isso, desse potencial, em termos de lazer, Salvador peca pela falta de suporte àqueles que querem desfrutar da noite soteropolitana.

Sair depois de meia noite para jantar, ir a um barzinho ou café pode ser um transtorno e terminar num fim de noite sentado em casa, comendo pipoca e assistindo filme. Sei que é um pouco forçado comparar essa mera cidade provinciana à cidade de São Paulo. Mas quando se fala em noite, a comparação se torna inevitável. Aquela sim é uma cidade que merece o título que tem. São Paulo, com suas ruas super movimentadas a luz do dia, a noite se torna tranqüila, mas não menos agitada. Ela realmente não para. Seus restaurantes, bares e cafés permanecem abertos sempre. Você pode sair andando pelas ruas frias da madrugada paulista que sempre vai encontrar alguém vindo ou indo.

Mas voltando a nossa realidade regional, tudo se torna muito decepcionante. Salvador não está preparada para receber aqueles turistas que vêm dispostos a curti-la em sua integridade e sem restrições de horário. Esquece que boate não é o único meio de diversão e de aproveitar a noite com os amigos, ou companheiro/a. Os visitantes, e soteropolitanos, querem mais. Querem pegar o carro, ou sair andando pelos bairros, normalmente lotados de dia, e vê-los funcionando a todo vapor.

Os empresários e, a própria população da capital baiana, não estão acostumadas ao ambiente noturno, se comportam como cidades pequenas, em que o comércio e as principais atrações fecham no máximo as dez da noite. Aqui em Salvador o horário se estende um pouco mais, porém, pouco para quem pretende voltar para casa as quatro da manhã. Talvez a falta de coragem dos empresários nesse tipo de investimento seja sustentada pela fato de Salvador ter a segunda menor renda per capita dentre as capitais do país.

Quem se aventura provavelmente vai rodar muito e não encontrar nada, pelo menos aquilo que esteja procurando. Depois disso, vão-se todos bater com a porta na cara, e terminar no Habib's, comendo esfihas e encontrando as mesmas pessoas que, por falta de opção, depositam ali suas últimas esperanças de curtir a noite de Salvador.

2 comentários:

Helder Thiago Maia disse...

salvador é uma piada. basta olhar aqui mesmo pro nordeste e ver como recife ferve à noite.

mas o investimento em ssa não compensa. temos uma das piores distribuições de renda. jovem em salvador não tem dinheiro pq não tem emprego.

Unknown disse...

Oi, por um acaso descobri seu blog, pois estava no fotoblog de uma amiga e tinha um recado seu lá.

Realmente Salvador não é uma cidade convidativa à noite. Para os que não gostam de boates, restam apenas o cinema - cuja sessão não passa de 0:00 - e a Video Hobby (rsss).

Mesmo assim, se as ruas fossem mais seguras acredito que todos os que são de fora - incluindo eu - adoraríamos caminhar no Farol da Barra, comprar um sundae na Perini e olhar o mar.

São Paulo é simplesmente sensacional. Tenho um amigo que quase todo final de semana vai para lá, mas o nível, neste caso, é muito alto para este pobre mortal.

Sobre a CPI e o comentário mais recente, afirmo-lhe que esta característica não está restrita ao Parlamento Brasileito. Você já assistiu a CNN e viu aquelas notícias que vêm de Washington, D.C.? Os Democratas e Republicanos se degladiano na frente da CNN, ABC, Blommberg e AXN por um minuto na frente das Câmeras.

Continue escrevendo, pelo bem estar da humanidade.

Abraços, Alessandro