terça-feira, 27 de novembro de 2007

Não mais como nossos pais...


Por Léo Marques


Nosso modelo de família vem passando por uma reestruturação ao longo dos séculos e continua em constante mutação. As mudanças mais profundas começaram a se dar com a industrialização da Europa, no século XIX.

Na ocasião, a vinda das famílias dos campos para as cidades transformou a forma como as pessoas, principalmente os homens, viam o lar. Essa migração fez com que a casa passasse a ser vista como um local a ser recebido pelas pessoas que se amava, um ambiente de descanso, de tranqüilidade.


Uma segunda grande mudança ocorreu a partir da 2ª Guerra Mundial. O baby boom, como ficou conhecido o fenômeno que se deu entre 1946 e 1964, foi responsável pela explosão demográfica na maioria dos países ocidentais, principalmente no Canadá, Estados Unidos, França e Inglaterra. O Brasil também viveu essa explosão, quando passou de 50 milhões para 75 milhões de habitantes, batendo um recorde de crescimento de 2,99% ao ano.


O modelo de família criado nos anos 50 pelos americanos, com grande quantidade de filhos e uma união estável e amorosa entre o casal, foi único durante todo o século XX. Até hoje, muitas pessoas acreditam que esse seja o melhor modelo a ser seguido. Essa estrutura familiar foi vendida para todo o mundo e fazia parte do “Sonho Americano”.

Essas famílias eram o núcleo do consumo que caracteriza o país até hoje como a nação que mais consome no mundo.

Outras mudanças começaram a aparecer e foram se acentuando a partir dos anos 70. A liberação sexual gerou um tipo de família que se tornou cada vez mais comum: filhos com pais separados. Isso ocorreu pela grande quantidade de filhos indesejados tido por casais que não eram casados, nem pretendia seguir esse caminho.

A igualdade dos sexos deu a mulher o livre arbítrio e poder econômico para que pudesse ter seus filhos sozinha. Havia também, mais evidente nos anos 90, pais que decidiam ter apenas um filho, e cada vez mais tarde, principalmente nos grandes centros urbanos.

Com isso, pode-se constatar que as motivações econômicas conduziram novamente à construção de um novo modelo de família. Fenômeno ocorrido também no inicio da era da industrialização européia, como já relatado nas primeiras linhas.

Hoje podemos ver um novo tipo de modelo familiar que se forma, cada vez mais comum em países desenvolvidos ocidental: filhos de casais homossexuais. Esse tipo de família lembra em muito características do modelo heterossexual, mas com mudanças obvias nessa relação.

As transformações nas estruturas familiares vão continuar em mutação por muitos anos. O século XX abrigou, em um curto espaço de tempo, as mudanças mais radicais do último milênio, ainda em decorrência. O que nos aguardará nesses próximos 100 anos? Talvez não sejamos como Belchior previa, talvez não sejamos como nossos pais.

3 comentários:

Kleverton disse...

Acredito que essas mudanças devem ser bem acentuadas em breve.

Mas acredito que filhos de pais homosexuais, devem receber uma atenção maior.

As perguntas que surgem devem ser respondidas com honestidade!

Acho que em caso de duvidas, um acompanhamento profissional, pode ate facilitar!

Léo, muito legal sempre aqui!

Abração

Escrevendoespanando.blogspot disse...

Legal o texto Léo, tenho um blog também, dá um look quando puder, sou soteropolitano, mas resido hoje em São Paulo.
sucessos

http//escrevendoespanando. blogspot.com

Euzer Lopes disse...

É interessante a visão que moradores têm de suas cidades turísticas.
No fundo, no fundo, acho que você tem razão. E Salvador não é caso isolado não!
De qualquer forma, ainda que os nativos se espantem, turistas hão de ficar sempre encantados. Ainda mais com sua cidade, que é fascinante!
Feliz Natal!

http://euzer.lopes.fotoblog.uol.com.br